Eu ia falar sobre como os ruivos sardentos já sofreram preconceito.
Eu ia falar que até South Park tem um episódio inteirinho tirando sarro deles.
Eu ia falar que isto está, agora, no passado e que a humanidade está evoluindo.
Eu ia falar sobre ruivas e como os cabelos cor de cobre estão na moda.
Eu ia falar sobre ruivas e como os cabelos cor de cobre estão na moda.
Eu ia falar em como admiro a Marcia Cross, a Debra Messing, a Julianne Moore e a Christina Hendricks.
Eu ia falar em como é difícil conseguir o tom ideal de ruivo natural no Brasil e questionar se as grandes fabricantes de tintura acham que, além de pecado, não existe branquinhos do lado debaixo do equador.
Eu ia falar que já desisti de tentar ser ruiva por várias vezes e acabei voltando atrás, seduzida por imagens no Google (digita "redheads" no Google Images, vai).
Eu ia falar que, das duas vezes em que fui tentar ficar ruiva no salão, me deixaram uma vez com o cabelo rosa e outra vez, com o cabelo laranja. Tenho testemunhas.
Eu ia falar que, quando a gente consegue uma cor que se assemelhe aos das moçoilas da foto acima, ela só dura até a próxima lavagem, porque esse tom simplesmente desbota que uma coisa. É pior que roupa barata.
Eu ia falar que caí no conto do vigário da Imedia. Eles estavam prometendo "vermelho de verdade ou seu dinheiro de volta" e passei vergonha. A tinta era tão pigmentada que deixou as costas da minha roupa vermelha. Por três dias. Três blusas diferentes. Obrigada, Imedia Excellence.
Eu ia falar também que estava feliz por ter finalmente encontrado uma tintura boa que tinha deixado uma cor linda nos meus cabelos, um marrom acobreado, bem como eu queria, e que estava durando já por três lavagens (Koleston 634).
Ia, mas não vou mais, porque no dia em que comecei a escrever esse texto, lavei o cabelo e, após seco, vi que o que restou ali foi apenas a cor que eu tinha antes. A Koleston foi pelo ralo, como todas as outras.
Estou orgulhosamente morena agora e para sempre (até eu mudar de ideia).
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